Você foi convidado para o
aniversário? Que bobagem, é claro que foi, todo mundo foi! Que ótimo, a
expectativa é enorme. No ano passado, todos saíram felizes: bonita festa, ótima
comida, bebida, presentes... Esse ano espera-se ainda mais e precisamos nos
preparar.
Aniversário é mesmo especial.
Desde criança, estamos acostumados com esse evento que a nossa cultura reserva
para uma festa à pessoa. Mesmo que muitos aniversariantes pensem nos presentes,
que muitos convidados pensem na comida e na bebida, em como os outros estarão
vestidos, em quem poderão encontrar na festa, esta é a grande festa da pessoa.
No dia do aniversário, todo mundo espera convidados, consideração, alegria,
homenagens, beijos, abraços, votos de saúde, felicidade, realização. É muito
bom sentir-se querido, considerado, amado. Quando recebemos abraços frouxos,
sorrisos convencionais, ficamos tristes.
Por isso é que, para esse
grande aniversário, devemos nos preparar. É que se soube que o aniversariante
tem ficado triste com as últimas festas que lhe foram feitas, particularmente
com o comportamento dos convidados. Sabe-se que ele fica até feliz de não
receber presentes, que gosta que as pessoas se presenteiem. Mas ele tem
percebido que os convidados pensam tanto na comida, na bebida, na roupa, nos
presentes que a maioria nem se lembra dele.
O pior é que todos dizem
amá-lo. As milhares de reportagens que falam dele todos os anos, as centenas de
milhões de imagens que se espalham por toda parte, os bilhões de livros a seu
respeito que estão em grande parte dos lares do mundo fazem crer que ele é
realmente muito amado. Mas não é bem assim.
Assim como no seu aniversário
todos vão à festa mas pouquíssimos sequer lembram dele, no resto do ano as
pessoas olham para ele, falam dele, citam suas palavras, mas nem se preocupam
em fazer o que ele quer, nem lembram de tentar realizar suas recomendações.
Cultua-se o ídolo Jesus, como se ele fosse um superstar, mas sequer pensa-se no
Cristo, aquele que possui uma missão essencial.
Pois deixando de lado o
aproveitamento consumista que o comércio faz da data, independentemente de sua
figura belíssima, carismática, arrebatadora, ele também quer ser lembrado pelo
que é. E o Cristo é a grande, a maravilhosa porta de transformação da criatura
humana pelo amor. O grande remédio para nossas dores, a orientação perfeita
para nossa falta de sentido, a solução definitiva para a nossa solidão.
Não façamos a desfeita de não
cumprimentar o aniversariante, não temos nem mesmo o direito de homenageá-lo
apenas socialmente. Aproveitemos esse Natal para libertar o coração das mágoas
e inundá-lo com o sentimento mais puro que dele pudermos extrair, colocando-o
nas mãos daqueles que nos cruzarem o caminho. Em meio à festa, pelo menos por
um momento, que nos lembremos de nos aproximarmos de Jesus Cristo, nos
aninharmos em seus braços, deixando-nos transformar, no que nos for possível,
pelo Amor.
(Este artigo foi escrito por Maurício Araújo Zomignani e publicado no jornal A Tribuna - Santos - em 24/12/2009)
Nenhum comentário:
Postar um comentário